sexta-feira, 9 de março de 2018

Dois anos de contato zero

Dia 12 de março, audiência de conciliação, fevereiro, dois anos de separação e quase dois anos de contato zero. Analisando a tragetoria até aqui. Tentando fazer um resumo dos sentimentos enfrentados. Nada fácil externar em palavras, mas e se o juiz perguntar? Entrei com processo beirando dois anos de separação, prazo legal, mas o que contou mesmo foi meu processo interno de avaliação  do que passou. Tinha medo do ódio dele, não tenho mais. Tinha escrúpulos quanto aos meus direitos materias, não tenho mais. Aliás, nesse tempo pude entender que sofri mesmo abuso emocional, e abri mão de muitos projetos pessoais importantes. Abri mão de minha vida para orbitar a vida dele. Saí só com a roupa do corpo, onde desde a primeira semana de união já sofri humilhações, e já queria sair, mas levei 14 anos. Incrível, né? Somente quem passou passou por um relacionamento assim tem como entender. Segunda vou ter que ficar frente à frente com ele, não sei o que vou sentir, mas confesso que não estou confortável, claro. 
A família dele tem muito carinho por mim, mas tive que me afastar por um período, pois ficava sabendo coisas dele. Que ele havia ficado noivo e ia casar com uma antiga namorada. Em um ano iria fazer por ela o que não fez por mim em 14 anos, casar oficialmente. 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Final feliz e conclusão

Consegui sair do ciclo, reprogramar minha mente. Minha maior questão foi respondida por mim mesma. Entender por que me submeti a tudo, já que não o amava mais, não sentia atração, não sentia admiração , nem respeito... A química cerebral faz com que fiquemos dependentes de qualquer coisa, inclusive ficar num relacionamento onde precisamos lutar para manter. Cria-se uma simbiose... Uma dependência psíquica e química, como qualquer usuário de drogas. Aquilo se consolida na sua mente. Quando vi que precisava mudar a minha história fui tendo ações para que isso acontecesse, atitudes as quais não pudesse voltar atrás, como alugar um apartamento. Deixei para contar da minha saída no últimos momento, para que o poder de persuasão dele não tivesse muito tempo para me convencer a ficar. Enfim saí. Não foi fácil, chorei...chorei muito, mas tive apoio da minha da família. Durante um ano ainda tive conversas internas me convencendo que fiz o certo. Repensava no tempo e na energia gasta e jogada fora...Pensava nas coisas  ruins. Aos poucos fui desligando. Fui conseguindo parar de remoer os pensamentos. Apostei num outro amor... Um amor de igual para igual. Tô bem!

sábado, 9 de maio de 2015

Esperando sentada...

 

De: 
Data: 28 de novembro de 2014 15:29:34 BRST
Para: 
Assunto: Estou esperando que você venha conversar comigo...

   Estou esperando que você venha conversar comigo...enquanto isso tenho conversas interiores...mas vou desabafar algumas coisas...
   Vou começar falando sobre nossa falta de diálogo e seu jeito de colocar toda a culpa fora de você. Quando descobriu das minhas amizades falou que eu poderia ter essa cumplicidade que tive com meus amigos com você. Pergunto, como se há exemplo dessa ultima tentativa minha de explanar um problema, das suas filhas, fui cortada? Você falou que não era hora, que tinha acabado de acordar, estava comendo....Vou falar, desenhar, para você....A vida toda, você sempre esteve ocupado para mim. Uma hora comendo, outra com vontade de coc, outra resolvendo suas coisas, pesquisando, com fome, estressado. Nunca, nesses mais de dez anos...perdi a conta...Você teve tempo e vontade de me escutar, entender, refletir.  Sempre achou que tenho que ter sangue de barata. O pouco que ouviu procurou responsabilidade fora de você, ou se em você, só momentaneamente para contornar uma situação. Quase na totalidade das vezes que tentei conversar, você sempre me colocou  como inconveniente. Você é muito incoerente e se acha acima de tudo. Então minhas tentativas de dividir com você minhas angústias, mágoas, expectativas sempre foram em vão. E continuam assim. Como posso ter cumplicidade com vc?
    Que eu busquei quando conversava com meus amigos? Tentar entender você.  Como sempre me culpou de tudo, me achava uma aberração. Busquei tb saber um pouco de mim, se sou mesmo a louca e desequilibrada que você prega. Eles me deram minha autoestima de volta...e por isso são importantes p mim, mesmo que eu não busque contato. Tenho muitos amigos e pretendo conservar eles para a vida toda, mesmo que só nas lembranças das coisas boas que me trouxeram.
     Falando em amigos...
     Quando comecei a conversar com o Y pelo Orkut, publicamente para todos verem, e não tinha nada demais, pois falei com ele o que falei com todos os demais colegas do ginásio, saber o que fez na vida. Você viu, não deu abertura para me ouvir e entender. Preferiu me chamar de vagabunda e proibir minha amizade. Cheio de moral...Não achei justo, achei mesmo revoltante.Será que foi porque sabia que me deixava carente? Pois, se for falar a verdade, você não dava conta de mim. Mandava eu buscar homem no bar, e me ridicularizava toda vez que tentava ter sexo com você. Nem sexo eu achava a hora certa, não é mesmo? Sempre inconveniente...eu.

      Uma vida me tratando mal por não sair de cima do muro. Você tinha o dom de abalar meu psicólogo, ainda tem, com sua falta de atitude interna de saber se sou ou não perfeita para você. Você ainda se coloca num pedestal. Tento crer  que isso seja uma maneira de se proteger de coisas ruins que passou, mas com isso você me afastou. Não sou burra como pensa, sou é tolerante demais. Estava tentando acreditar que você tinha aprendido que eu não sou um iô-iô e que muitos dos seus atos foram por não saber lidar com esse sentimento, o de ter saído da convivência diária com os filhos, e ainda, por conta de um lado seu que eu gosto e admiro muito. 

     Sair, desejei desde a segunda semana que vim pra cá, há doze anos, por me sentir massacrada por um dos seus lados...e fiquei sempre pelo outro. 
Atualmente...Por poucos dias experimentei tirar o pé de traz e voltei a tentar entregar meu coração, mas o que aconteceu? Quando você percebe que me tem na mão, faz coisas para me afastar, é seu modus operandi. E consegui viu? Apesar de estar cansada de arrumar minhas malinhas, aqui dentro voltei a ficar inquieta, ou seja, voltei a pensar em sair...E não foi por sua amizade com AF pois acho ridículo proibições num relacionamento. Isso só afasta. Foi por,  mais uma vez me tratar com frieza e me culpar por tudo que te aborrece na sua vida. E ainda, ela você tratou com gentileza, educação, preocupação, carinho, doçura. O oposto ao tratamento que recebi no mesmo dia. Que conclusão posso chegar? Caso tivesse me tratado bem nesse dia, nem tinha criado esse sentimento de que alguma coisa está errada. Agora tudo está óbvio demais, e nem venha com papo que estava de mal humor. Claro que respeitaria seu mal humor, sempre entendi seu mal humor, mas como explica não transparecer seu mal humor para ela?  Você esquece que te conheço muito.  Teve coragem de falar p mim que era pela hemorroida...há há há.

Não tenho ciúme de vc, como pensa. Sempre só quis o que me acho no direito de querer, ser sempre bem tratada, ouvida, respeitada, inclusive por suas filhas, e considerada. 

Sua amiguinha...
Quando peguei as mensagens no wats , as que vc sonhava com as fotos dela, que as mensagens dela eram boas para você começar bem o dia, que ela estava cada dia mais linda...e ainda...dando desculpa por não poder trazer ela aqui na varanda ver o show do Daniel...como se eu não morasse aqui...telefonemas...Eu relevei...vc deu aquela desculpa que só voltou a falar com ela pq viu fotos do meu amigo, etc... Inverdades....E depois falou que cortou papo com ela...novamente...Até quando vai ficar nessa de falar para mim que cortou amizade com sua amiga? E quem pediu isso p vc? Eu que não. Fala isso para eu não poder ter amigos? Que coisa mais imatura...depois eu sou a ciumenta. Você se contradiz quando fala que não acredita em amizade entre homem e mulher. Pois como pode afirmar isso e depois dizer que com ela é só amizade? Então usando seu raciocínio...e vendo seu jeito  e tudo o que já vi...concluo que...se não existe nada entre vcs é pq ela não quer...Ela queria deixar a lembrancinha em algum lugar e você insistiu que dar vai "dar um jeito"e trocar pessoalmente. Depois fala p mim que ela não é importante, mas quer entregar um presente de Portugal e força que seja pessoalmente. Se é amizade, qual o problema falar que é importante. Todos meus amigos são importantes p mim. Qual é a sua de esconder tudo de mim? Você que me acusou de ser vagabunda pela conversa com Y, e me enxotou daqui, de um dia p outro, desempregada, por trocar email com Z? Não é incoerente? E ainda, me chamando de louca, mesmo sabendo que estava mentindo p mim sobre a AF.
Vc sempre me colocou o estigma de desequilibrada, inconveniente, chata....agora burra. Conveniente e estratégico,mas não cola mais comigo.
Tive gravar para provar que não sou louca. Agora vc pode mudar até a senha do seu celular p ficar mais à vontade. Sei que vc apaga mesmo e mente p mim. Não tenho a mínima vontade de me torturar.  O que eu precisava já fiz, num momento de insigth. Acredite tenho momentos assim...
Juro, não entendo...como pode pregar uma coisa que não faz? Machismo?
Qual sua desculpa para esconder de mim? Qual sua desculpa por me tratar mal no mesmo dia que tratou ela bem? Você não acha que é estranho ser mal humorado com quem ama e doce com quem não tem importância? Nem querer saber como fui na médica...e minha filha...e pra ela perguntar e dar conselho sobre o pezinho? E sobre se oferecer p levar ela em SP? Primeiro nem devia se oferecer..Acha mesmo que só o fato de estar como Diretor de Obras é impedimento? 
Eu tenho visão curta dos fatos? Então porque quando quis alongar minha visão não foi sincero?  Dei oportunidade..mas vc preferiu me enquadrar de louca...desequilibrada...Até quando vai usar isso como subterfúgio para esconder sua incapacidade de assumir as coisas que faz?
Bom,  ou esperar suas respostas e atitudes em pé 

sábado, 28 de março de 2015

Outra mensagem...



Queria zerar algumas coisas com vc...mas difícil, vc quer sempre sossego. Nunca soube seus horários e minhas vontades nunca acertaram...Não é estranho que nunca?? Qualquer coisa chata enche seu saco e eu NUNCA vou encontrar brecha p falar o que me incomoda. Nem mesmo agora que pensei que estivéssemos recomeçando. As pessoas maduras não vivem fugindo dos problemas, das DRs, das coisas chatas a resolver...
Você é estranho me culpa de tudo...Nunca vc assume sua culpa...e qd assume só o faz por conveniência momentânea e depois esquece.
Queria aproveitar essas coisa mais estranha q é eu não poder conviver com suas filhas para mostrar que, você errou e que, nessa aparentemente nova atitude em relação ao nosso relacionamento, podia mudar alguma coisa, mas nem me deixou falar, me cortou. Muito frustrante ser cortada, quando se tem vontade de consertar.
Quando falava, queria chegar num ponto, que não consegui e me revoltou. Embora você não enxergue, não é a Llllllll,  nem muito menos o Bbbb que afastou seus filhos de mim. Foi sua inércia.
A Llll fez seus filhos conviverem perfeitamente com o Bbbb, que vc culpa por tudo, e era uma convivência muito das boas e por 3 anos. Então não me venha falar que a Llllll  é uma santinha, pois ela foi p cama com ele todo esse tempo e como ela diz, por vingança. Seus filhos. tiveram influência dela..e os meus dele. Então no meu modo de pensar, a diferença não está no caráter do Bbbb, pq não vejo a Lllll como um caráter muito maravilhoso, mas sim na minha interferência sobre meus filhos com relação à você. Desde o começo tive a coragem de falar do que sentia por você, e falar dos seus pontos positivos. Um marketing ao seu favor, para que eles entendessem minha atitude.
Bom, atitude não é seu forte, pois se fosse, teria aproveitado a oportunidade, e falado p suas filhas que fui eu que fiz o projeto do totem. Era uma boa maneira delas me verem com mais simpatia. Era aí que eu queria chegar domingo de manhã, qd me cortou...Eu procurava uma brecha p falar isso.
Se fosse ao contrario, eu jamais perderia a oportunidade de mostrar p meus filhos seu lado bom. Quando fiz só pensei em ajudar elas, mas depois ví que mesmo elas elogiando vc, não falaria, fiquei meio decepcionada, pois eu falaria a verdade. Fiquei pensando...e creio que nunca vai mudar essa situação. Que faltou p vc contar, atitude? Não quer magoar?
Você pensa no sentimento de todos menos nos meus...a vida toda... Devo ser a última da lista de importância na sua vida!
Tudo está quase do mesmo jeito que antes. Exceto que agora vc fala meu nome, muito progresso para quem nem existia...mas confesso que esperava mais pelo tanto que ouvi de vc qd tava longe.
To começando a perceber que eu procuro as mesmas situações para a minha vida...que eu estou me sabotando.
Bom, nem sei pq falei tudo isso...Acho q já estava na minha cabeça...pra falar agora nem sei se td tem tanto significado...mas só pra registrar.





Achei que ia ser diferente

Nos separamos por um mês, mudei de cidade, mas logo voltou a me procurar e conseguiu me seduzir de novo... Fiquei um ano e meio morando em outro lugar , mas namorando... Eu me convenci de que tudo podia mudar...As palavras eram doces, gentis... Acho que queria que ele consertasse tudo dentro de mim... Voltei com promessa de casamento, viagem...tudo como deveria ser desde o começo...ou seja..um novo começo.

Mas pela carta que escrevi p ele...podem perceber... 


     Achei mesmo que tinha encontrado minha casa...meu lugar no mundo...
     Eu tentei...recomeçar...e pensei que você quisesse me trazer de volta...não de volta de São Paulo...mas de volta para sua vida, ou melhor, me colocasse de verdade com atitude, na sua vida como sua mulher...VOCÊ não quer, e não é por ser só uma pessoa de pouca atitude, tem também outros motivos.
    As coisas que já tínhamos combinado antes, e que você fez parecer fácil enquanto estava longe...agora viraram motivo para eu não ser a pessoa ideal...Como sempre fez...
    Voltou também a menosprezar minha inteligência e se colocar num pedestal...mas sabemos qual motivo que te fortalece para fazer isso, mas juro, não estou muito surpresa, nem ciumenta... Estou triste.
    Nesses anos todos, muitas coisas deixei para trás por você...e estava disposta a investir mais uma vez...Só que precisava mostrar de alguma maneira que não queria voltar na mesma posição que era antes, onde tinha que ficar marginal as coisas da sua família...e social...o clube...Continuar assim refletiu como insatisfação e ficou visível na minha cara e meu modo de agir. Esperei muito de você, achei que eu merecia tudo de você, já que teve tudo de mim... Você teve de mim o meu melhor.

       Você procurava um motivo e achou quando me disse que procurasse outra pessoa e que não podia me dar o padrão de vida que eu queria...(lembrei até de quando me mandava buscar sexo no bar ) Sabe, eu não pedi nada material, eu pedi um curso. Por mais que sua conta bancária estivesse negativa, você tinha, e sabe que tinha, como dar um jeito de me dar esse presente, não como indenização, como falou, mas como uma forma de carinho. Ou todo presente que você dá é uma forma de indenizar.? A bota preta e o um brinco de ouro foram indenização?
     Nesse episódio do curso, deu perceber muita coisa...Que o seu dinheiro é SEU, que não acredita da minha capacidade de dircenir o que é melhor para mim...e pior...que me acha fútil. Você estufa o peito e fala cheio de moral...

         Sabe...magoou me tratar como uma interesseira que só quer ter PADRÃO de vida...magoou por que vejo que, apesar todos esses anos e tudo o que sabe que passei...você preferiu me ver assim...É conveniente me ver assim? Antes eu era a ninfomaníaca...agora a interesseira...
      Nunca me deu um presente sem ter escolhido o mais barato, o da promoção, a melhor relação custo-benefício...e isso nunca me incomodou...
     Todo esse dinheiro que deu para ajudar a Amanda...legal e agradeço...mas eu poderia ter tido ele se tivesse entrado com advogado quando me escorraçou daqui...mas que eu fiz? Devolvi o carro. O que eu levei? Meia dúzia de panelas e um processador...


      Investi em você durante mais de dez anos, enquanto você não investiu em mim. Ficou em cima do muro o tempo todo. Abri mão de tantas coisas até mesmo da minha dignidade.
    Acho que o maior motivo de estar aqui é todo esse investimento. Não faria novamente por outra pessoa. Foram muitas noites insones e de chôro porque achava que algum dia você seria somente aquela pessoa apaixonante que me fazia acreditar que me faria feliz...
    Nisso que acreditei quando voltei. Fui ingênua. 
Você teve um ano e meio para decidir...E mais uma vez te dei várias oportunidades para refletir se era mesmo isso que queria.
  Mudei toda minha vida, mais uma vez, por você,  e não foi uma decisão fácil, e implicou novamente em abrir mão de muitas coisas. 
     Do fundo do meu coração perdoei coisas e tentei entender suas fraquezas desses anos que vivemos juntos para zerar nosso cronômetro. Fiz uma reflexão de tudo, e achei que valia a pena dar uma oportunidade para NÓS. Achei que você estivesse disposto a investir em resgatar coisas que se perderam em mim, pois você sabe que quem investiu e suportou coisas fui eu. Você pode até vir com a ladainha das suas acusações, mas seja lá o que fiz, fiz para recuperar minha auto-estima que você conseguiu jogar no lixo junto com minha dignidade e identidade,num momento que estava mais apaixonada por você, com seu desprezo e humilhações.
       Você sabe que tomou um caminho fora da minha direção, um caminho de difícil volta. Podia ter feito o contrário se o que sentisse por mim fosse mesmo amor, já que a tão pouco tempo estou aqui, ainda me adaptando, buscando motivos para ficar...mas...
   Estou disposta a fazer o que estiver ao meu alcance para que você encontre sua felicidade no que encontrou...Sua felicidade nunca fui eu, e pelo jeito continua assim. Só que eu não quero mais me prestar ao papel de ioiô, muito menos esperar, pela milésima vez, você decidir se sou mesmo a pessoa ideal para você. 
    Pensei muito nesses dias, tentando entender esse sentimento que me toma...angústia...decepção...tristeza...Voltei em várias fases do passado...O quanto te amei..o quanto apostei em você...o quanto desde o começo mergulhei de cabeça...o quanto necessitando sair, por questões de integridade psicológica, decidi ficar...e o quanto paradoxal você foi e é...pois sempre me traz de volta com palavras lindas mas sempre me afasta com falta de atitude, por não apostar 100%...
Por favor, reflita e não suba no seu pedestal...não se encha de moral para reverter situações, não subestime minha inteligência...apenas pense no que é melhor p você, eu estou fazendo o mesmo.








quinta-feira, 6 de março de 2014

O sapo e o escorpião...Uma fábula real.

Vou resumir essa fábula, pois ela é muito popular...

Era uma vez um escorpião que precisava atravessar um rio e para isso ele pediu ajuda a um sapo. O sapo muito desconfiado se negou, pois sabia da fama de traiçoeiro do escorpião. O escorpião insistiu muito, argumentando que se ele picasse o sapo, ambos morreriam afogados. O sapo achando isso lógico acabou levando o escorpião. No meio do caminho porém sentiu a ferroada. Indignado perguntou ao escorpião porquê ele fizera isso já que condenaria a ele também. O escorpião respondeu - é minha natureza...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

NARCISISTIC PERSONALITY DISORDER

PERTURBAÇÃO NARCÍSICA DA PERSONALIDADE
NARCISISTIC PERSONALITY DISORDER
Margarida Baldaque da Silva, Rui Coelho
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Correspondência:
Margarida Baldaque da Silva
Rua dos Vanzeleres, 246 – 2º frente
4100-482 Porto
Contacto telefónico: 934707602
Correio electrónico: mbs@med.up.pt
Contagem de palavras:
Resumo em português: 248 palavras.
Resumo em inglês: 230 palavras.
Texto principal: 4682 palavras.
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Resumo
A Perturbação Narcísica da Personalidade (PNP) é caracterizada essencialmente por um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e ausência de empatia.
Os dados acerca da sua prevalência são bastante variáveis (entre 0% e 7,7% na população geral), mas esta tem vindo a aumentar ao longo dos anos.
Não existe um consenso acerca dos critérios de diagnóstico desta perturbação, estando a ser debatida a incorporação de um modelo dimensional à actual classificação em categorias. Têm também sido identificados subtipos da PNP.
Os seus factores causais parecem ser multidimensionais, resultando esta perturbação da interacção entre determinadas características do temperamento e experiências de socialização desajustadas.
As principais co-morbilidades que apresenta são: abuso de substâncias, depressão endógena, doença bipolar tipo I, perturbações da ansiedade e outras perturbações da personalidade. A PNP também origina sofrimento nas pessoas que se relacionam com o doente e está associada a substanciais custos para a sociedade.
Os doentes com PNP representam um grande desafio no que toca ao tratamento, que combina essencialmente psicoterapia (componente psicodinâmica e componente cognitiva) e farmacoterapia para o tratamento de algumas co-morbilidades.
No futuro, são necessários mais dados empíricos, nomeadamente de estudos longitudinais, para um melhor entendimento acerca da sua etiopatogenia, o que conduzirá a uma actuação mais eficaz tanto ao nível da prevenção, como da abordagem e tratamento destes doentes.
O objectivo desta revisão é constituir uma súmula do que até agora tem sido publicado do ponto de vista teórico, bem como reunir alguns dos dados empíricos mais recentes sobre a PNP.
Palavras-chave: Perturbação Narcísica da Personalidade, Narcísica, Narcisismo.
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Abstract
Narcissistic Personality Disorder (NPD) is mostly characterized by a sense of grandiosity, need for admiration and lack of empathy.
Data concerning its prevalence are highly variable (between 0% and 7,7% in the general population), but it has been increasing over the years.
There is no consensus about the diagnostic criteria of this disorder, and a number of authors have proposed the replacement of the current categorization model with a dimensional model. There have also been identified subtypes of NPD.
Its causes appear to be multidimensional, resulting this disorder from the interaction between certain temperament characteristics and maladaptative socializing experiences.
The main co-morbidities that NPD shows are: substance abuse, endogenous depression, bipolar disorder type I, anxiety disorders and other personality disorders. The NPD also causes pain in people who are related to the patient and is associated to substantial costs to society. Patients with NPD represent a major challenge regarding the treatment, which mainly combines psychotherapy (psychodynamic component and cognitive component) and pharmacotherapy for the treatment of certain co-morbidities.
In the future, further empirical data are needed, namely longitudinal studies, for a better understanding of its pathogenesis, leading to a most effectively action, both in terms of prevention, as the approach and treatment of these patients.
The purpose of this review was to provide a summary of what has been published so far about the NPD, both theoretical and empirical data.
Keywords: Narcissistic Personality Disorder, Narcissistic, Narcissism.
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Introdução
Uma personalidade multifacetada permite ao indivíduo a selecção da estratégia que melhor se adapta a cada contexto e situação que vive. Por definição, as pessoas com Perturbação da Personalidade (PP) têm um número limitado dessas mesmas facetas e são inflexíveis, sendo as suas relações estereotipadas e desadaptadas (as pessoas que vão conhecendo e os problemas com que se deparam estão constantemente a mudar, mas o seu comportamento mantém sempre o mesmo padrão), o que origina sofrimento e/ou incapacidade (1).
Em psiquiatria, o termo narcisismo foi utilizado pela primeira vez em 1910 por Freud, que o adoptou a partir do mito grego. Actualmente, é utilizado com os mais variados significados e implicações, desde a linguagem coloquial, referindo-se a pessoas egocêntricas (muitas vezes com uma conotação pejorativa), à linguagem científica, referindo-se a um dos vários tipos de PP – a Perturbação Narcísica da Personalidade (PNP). Reconhecida como uma perturbação mental, em 1980, na 3ª Edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-III), é caracterizada essencialmente por um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e ausência de empatia (2).
O objectivo desta revisão é constituir uma súmula do que até agora tem sido publicado do ponto de vista teórico, bem como reunir alguns dos dados empíricos mais recentes sobre a PNP.
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Métodos
Este trabalho de revisão foi elaborado a partir da consulta de bibliografia, assim como da recolha de artigos científicos pesquisados na base de dados PubMed da MEDLINE que abordavam o tema Perturbação Narcísica da Personalidade. Nos casos em que não foi possível ter acesso ao artigo completo, foram utilizadas informações constantes em artigos que o citassem (facto referido ao longo do texto como cf. - confira). Foram utilizados os seguintes termos MeSH: [Narcissistic Personality Disorder], [Narcissistic] e [Narcissism]. Não foram aplicados limites temporais.
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Prevalência
A maioria dos estudos feitos até agora sobre a PNP debruçou-se sobre as suas dimensões epidemiológicas, especialmente a prevalência e as co-morbilidades (vide infra).
Segundo a última edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV-TR) (2) esta perturbação está presente em menos de 1% na comunidade e 2% a 16% se considerarmos a população psiquiátrica, sendo mais comum no sexo masculino (em 50% a 75% dos casos). No entanto, estudos recentes estimam a prevalência de PNP na população geral entre 0% e 7,7% (3-13). De facto, um estudo recente (13) feito nos EUA, baseado em 3653 entrevistas pessoais estruturadas, que incluíam os critérios de diagnóstico do DSM-IV, documentou uma prevalência da PNP maior do que a antecipada. Segundo este estudo, a taxa de prevalência ao longo da vida para esta perturbação é de 6,2% (7,7% para os homens e 4,8% no caso das mulheres). Estas taxas são superiores em adultos jovens e para aqueles que se encontram separados, divorciados, viúvos ou solteiros. Foram ainda referidas diferenças culturais significativas: homens de raça negra e mulheres de raça negra ou hispânica, apresentam maiores taxas de prevalência quando comparadas com homens de raça hispânica e caucasianos dos dois sexos.
Um outro estudo epidemiológico (14) sustenta estes dados e sugere que a prevalência de PNP tem vindo a aumentar ao longo dos anos, encontrando uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre o narcisismo (avaliado pelo Narcissistic Personality Inventory) e o avançar das gerações. De resto, estes estudos vêm complementar dados de publicações anteriores, que mostravam um aumento em traços de individualismo como a assertividade (15), a auto-estima (16), a extroversão (17), a liderança (18) e padrões de grandiosidade (16), que sabemos estar positivamente correlacionados com o narcisismo (19).
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Características Clínicas e Critérios de Diagnóstico
Para que se estabeleça o diagnóstico de PP é necessário que o indivíduo apresente traços de personalidade inflexíveis e desadaptados, causando incapacidade funcional significativa ou sofrimento subjectivo. De acordo com os critérios do DSM-IV-TR, a característica essencial da perturbação da personalidade é um padrão estável de experiência interna e comportamento desadaptado, isto é, que se desvia marcadamente do esperado para o indivíduo numa dada cultura. Exprime-se em, pelo menos, duas das seguintes áreas: cognição, afectividade, funcionamento inter-pessoal ou controlo dos impulsos (critério A). Este padrão estável é inflexível e global persistindo numa gama variada de situações sociais e pessoais (critério B), originando sofrimento clinicamente significativo ou incapacidade social, profissional, ou noutras áreas importantes de funcionamento (Critério C). Tem de ser estável, de longa duração e com começo na adolescência ou inicio da idade adulta (critério D). O quadro sintomatológico não é melhor explicado como manifestação ou consequência de outra perturbação mental (critério E) e não é devido aos efeitos fisiológicos directos de uma substância ou a um estado físico geral (critério F) (2).
Embora, por definição, uma perturbação da personalidade exija uma idade de início até ao princípio da vida adulta as pessoas podem não solicitar ajuda clínica até relativamente tarde. Muitas vezes as características que a definem não são sequer consideradas problemáticas pela pessoa. Por outro lado, esta pode ser exacerbada na sequência da perda de pessoas significativas para o indivíduo ou de situações sociais estáveis (2).
No caso específico do diagnóstico da PNP, os indivíduos com esta patologia têm um sentimento grandioso da sua importância (19-20) (critério 1). Hipervalorizam por rotina as suas capacidades (21-22), exageram nas suas realizações (22-23) e o seu sentimento de grandiosidade fá-los parecer pretensiosos. Assumem com naturalidade que os outros atribuem o mesmo valor aos seus esforços e podem ser surpreendidos quando o reconhecimento que esperam e julgam merecer não se concretiza. Com frequência está implícito nas apreciações das suas realizações uma desvalorização das contribuições dos
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outros (24), por exemplo daqueles que os desapontam (20). São pessoas preocupadas com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amores ideais (25) (critério 2), podendo apresentar pensamentos ruminantes sobre a admiração e privilégio “merecidos” e tendendo a comparar-se favoravelmente com pessoas cuja fama é de todos conhecida. Acreditam piamente que são superiores (22), especiais ou únicos e esperam que os outros os reconheçam como tal (21) (critério 3). Sentem que só podem ser compreendidas ou se devem associar, com pessoas especiais ou de elevado estatuto, a pessoas “únicas”, “perfeitas”, “dotadas” (26). As pessoas com esta perturbação acreditam que as suas necessidades são também especiais e estão para além do alcance dos comuns. Promovem o relacionamento com pessoas de elevado estatuto social ou económico de forma a conseguirem um determinado estatuto por associação (sendo o exemplo clássico o do(a) marido/mulher “troféu”) (19, 26), ou com pessoas habitualmente associadas a esse estilo de vida (os “melhores cabeleireiros”, o personal trainer). Pelo mesmo motivo, procuram também tornar-se membros das “melhores” instituições ou de associações ou clubes de acesso restrito. Os indivíduos com esta perturbação requerem em geral uma admiração excessiva (26-27) (critério 4). Outra característica das pessoas com PNP é o facto de terem tendência para reconstruir as experiências que viveram no passado para que se tornem mais lisonjeiras para si próprias (22). Todas estas necessidades escondem no fundo uma auto-estima invariavelmente frágil. Preocupam-se com o quão bem se estão a sair e quão favoravelmente estão cotados pelos outros. Esperam sempre ser recebidos com grande pompa e circunstância, ficando espantados se os outros não invejam aquilo que eles possuem. Procuram constantemente o elogio, muitas vezes seduzindo. Tão importantes se vêem, que há neles um sentimento de direito a reverências, de um tratamento particular e favorável (22, 27-28) (critério 5). Esperam ser servidos e ficam confusos e furiosos quando isto não acontece. Por exemplo, assumem que não têm que esperar numa fila e que as suas prioridades são tão importantes que os outros deveriam ceder, ficando irritados quando alguém não reconhece o “seu importantíssimo trabalho”. Este sentido de reverência, combinado com a ausência de sensibilidade face aos desejos e necessidades dos outros,
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pode resultar no querer tirar partido deles, com ou sem intenção (2) (critério 6). Esperam com frequência que lhes seja dado o que pretendem ou que sentem necessitar, não se importando com o que isso possa significar para os outros. Por exemplo, esperam enorme dedicação das pessoas e podem sobrecarregá-las com trabalho, não se importando com o facto de isso poder vir alterar as necessidades dos outros. Tendem a iniciar amizades ou relações amorosas somente se a outra pessoa estiver disposta a aceitar as suas intenções ou cultivar a sua auto-estima. Poderiam ser ainda citadas outras características como, por exemplo, a falta de empatia e a dificuldade em reconhecer os desejos, experiências subjectivas e sentimentos dos outros (27) (critério 7). Podem assumir que estes estão totalmente preocupados com o seu bem-estar. Tendem a discutir os seus problemas com um pormenor extenso e inapropriado, enquanto falham no reconhecimento das necessidades e sentimentos dos outros. Frequentemente desprezam e ficam até impacientes quando alguém pretende desabafar preocupações ou problemas, não reparando que magoam com as suas observações. Por exemplo, podem dizer com exuberância a uma pessoa com quem se relacionaram anteriormente “tenho agora a relação da minha vida” ou exibir saúde a alguém que se encontra doente. Quando reconhecem as necessidades, desejos ou sentimentos dos outros avaliam-nos como sinais de fraqueza ou vulnerabilidade, e por isso são consideradas pessoas emocionalmente frias e com ausência de interesse recíproco. São frequentemente invejosos ou imaginam que os outros têm inveja deles (27) (critério 8). Invejam o sucesso e posses dos outros, podendo desvalorizar intensamente as contribuições destes, particularmente quando essas pessoas receberam elogios ou benesses pelas suas realizações. São também características a arrogância, altivez, snobismo, desdém ou atitudes de complacência. Por exemplo, podem queixar-se da “incompetência” de um empregado desajeitado ou concluir uma avaliação clínica com uma apreciação nada favorável em relação ao médico (29) (critério 9).
Por outro lado, a sua vulnerável auto-estima torna-as muito sensíveis à “ofensa”, à crítica e à derrota (29). Apesar de não o demonstrarem exteriormente, a crítica pode obcecar estas pessoas e deixá-las humilhadas, rebaixadas, ocas e vazias. Mas também podem reagir com
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desdém, raiva, agressividade ou com ímpeto provocador (22). Estas experiências conduzem habitualmente ao evitamento social ou a uma aparente humildade que mascara ou protege a sua excessiva grandiosidade (2). As relações interpessoais vêem-se assim empobrecidas pelos problemas resultantes da necessidade de reverência, admiração e desrespeito pela sensibilidade dos outros. Apesar da confiança e ambições presunçosas poderem dar origem a elevadas realizações, o rendimento pode ser interrompido pela intolerância à crítica e à derrota. Algumas vezes, o funcionamento vocacional pode ser muito baixo, reflectindo pouca vontade de aceitar riscos na competição ou noutras circunstâncias em que a derrota é possível (2).
O quão rapidamente esta perturbação da personalidade causa disfunção nas relações inter-pessoais ainda se encontra em debate. Há alguma evidência de que os problemas de relacionamento associados com a PNP apenas se desenvolvem ao longo do tempo, sendo esta perturbação associada a um funcionamento inter-pessoal aparentemente positivo durante as fases iniciais de relacionamento (30-31). Estas características, associadas ao facto de tipicamente possuírem muitas competências a nível social, como confiança (27), extroversão (30) ou capacidade de entretenimento (31), parecem estar na origem da grande tendência de ascensão a líderes que se verifica nestes indivíduos. De acordo com um estudo recente (32) as pessoas com PNP têm efectivamente uma maior tendência para assumir papéis de liderança. Por outro lado, de acordo com o mesmo estudo, estes indivíduos não trazem necessariamente benefícios nesse papel. Segundo os autores, pelo contrário, a ocupação de lugares de liderança por estas pessoas acarreta uma data de consequências negativas quer para eles próprios, quer para as organizações a que pertencem (comportamento contraproducente, má relação com os pares, baixa performance contextual, tomada de decisões arriscadas e má utilização dos recursos). Assim, embora a PNP possa levar à ascensão do indivíduo como líder, isso não significa necessariamente que vá ter uma boa performance.
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Para além do já referido, também se tem relacionado a PNP com potenciais perturbações de adição, como o alcoolismo, o jogo patológico, compras compulsivas e mesmo “crimes de colarinho branco” (32).
Em resumo, a PNP, vista da perspectiva do doente, trata-se da aquisição e manutenção da auto-estima, poder e estatuto, associada à pouca preocupação com o bem-estar dos outros; isto é frequentemente conseguido através de um uso eficaz das relações sociais. Visto de fora, contudo, os narcisistas (pelo menos a curto prazo) vão parecer frequentemente sociáveis, confiantes, simpáticos e até sedutores. Os problemas de relacionamento inter-pessoal apenas surgem com o tempo (32).
Um consenso acerca dos critérios de diagnóstico da PNP está longe de ser alcançado. Muitos clínicos têm referido dificuldades no estabelecimento do diagnóstico já que indivíduos com diferentes perturbações da personalidade partilham frequentemente experiências e apresentações comuns. De facto, na preparação do DSM-V, está a ser debatida a questão da incorporação de um modelo dimensional à actual classificação em categorias das perturbações da personalidade, com a esperança de que isso vá de encontro aos desafios diagnósticos que estas patologias apresentam (33). Para corroborar estes factos, basta ter em conta que a perturbação da personalidade mais vezes diagnosticada parece ser a do tipo “não especificada”. Tem também sido sugerida, em vários estudos realizados, a existência de diferentes subtipos desta PP. Segundo alguns autores (34-37), há uma importante distinção entre dois tipos de PNP: o encoberto, ou vulnerável, e o manifesto, ou grandioso. Pensa-se que estes subtipos de PNP diferem entre si no que diz respeito à auto-estima, às emoções negativas e extroversão, sendo o encoberto caracterizado por introversão, propensão para sentimentos negativos (como a vergonha), condicionando o seu afastamento dos outros e o manifesto por um padrão de extroversão, com tendência para negar ou, de certa forma, bloquear experiências negativas através da raiva, que expressa agredindo os outros. Por sua vez, Russ et al (33), comprovam a existência dos referidos subtipos e sugerem a existência de um terceiro subtipo da PNP: o narcisismo exibicionista/altamente funcionante. Neste subtipo, empiricamente pouco estudado, os
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indivíduos têm igualmente um padrão de grandiosidade, são competitivos, procuram atenção, são sedutores ou provocadores a nível sexual, mas têm, ao mesmo tempo, características psicológicas positivas como uma maior coerência, energia, melhores relações interpessoais ou uma forte orientação para objectivos, usando o seu narcisismo como uma alavanca para o sucesso, o que os torna mais adaptados e com melhores capacidades de funcionamento que os restantes. Assim, para os mesmos autores, estes doentes apresentam também um menor número de co-morbilidades. Finalmente, um estudo levado a cabo no mesmo ano por Miller et al (38) sugere a não existência de quaisquer subtipos da PNP, embora admita a existência de variantes que poderão merecer atenção, ou até inclusão, numa futura edição do DSM. Seria importante uma maior investigação na tentativa de se estabelecer um consenso acerca desta matéria, que poderá ser benéfico essencialmente na abordagem e tratamento destes doentes.
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Etiopatogenia
Apesar do interesse de longa data no que diz respeito à etiopatogenia da PNP, as teorias existentes actualmente não são, ainda, mais do que conjecturas, assentes em ténues fundamentos empíricos. Essas noções devem ser consideradas como questões que precisam de uma maior avaliação empírica e não tomadas como factos confirmados. Contudo, há evidências de que os factores causais desta perturbação, tal como acontece noutras PPs, sejam multidimensionais. Assim, a PNP resultará da interacção entre determinadas características do temperamento (biogénicas, que funcionarão como predisponentes) e experiências de socialização desajustadas (activadoras dessa predisposição) do indivíduo (22).
Para a presente discussão, é muito importante caracterizar os sistemas motivacionais responsáveis pelos comportamentos e emoções verificadas nos indivíduos e que parecem estar relacionados com circuitos neuronais localizados em estruturas do sistema límbico, como a amígdala e o hipotálamo cf. Thomaes et al (22). Deste modo, sabe-se que há sistemas responsáveis por induzir comportamentos e gerar emoções positivas e outros que inibem comportamentos e geram emoções negativas. Estão, respectivamente, na base do temperamento de aproximação e do temperamento de evitamento cf. Thomaes et al (22). Os indivíduos com um marcado temperamento de aproximação são altamente sensíveis a estímulos positivos, comportam-se em função deles e reagem fortemente à sua presença ou ausência. Por sua vez, aqueles caracterizados por um temperamento de evitamento são muito sensíveis a estímulos negativos, tendem a evitá-los e reagem fortemente à sua presença cf. Thomaes et al (22). Esta diferenciação é relevante na medida em que se pensa que as pessoas com PNP têm um temperamento de aproximação marcado, apresentando muitos comportamentos e características a ele associados (como a agressividade, a impulsividade, a tendência para correr riscos, a extroversão, a competitividade e a necessidade de concretização), uma forte orientação para a realização de objectivos pessoais e para a validação da sua grandiosidade (pela procura de aprovação dos outros e
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consequente retirada na sua ausência) e sendo sensíveis à recompensa. Relativamente ao temperamento de evitamento, pensa-se que será, no geral, menos preponderante entre as pessoas com PNP, mas que haverá a esse respeito marcadas diferenças individuais e que essas diferenças determinarão a manifestação dos subtipos manifesto e encoberto da PNP, sendo a primeira caracterizada por um predomínio do temperamento de aproximação e a segunda pela presença quer do temperamento de aproximação como do temperamento de evitamento cf. Thomaes et al (22). Em resumo, o desenvolvimento da PNP num indivíduo parece ser influenciado pela presença de uma sensibilidade precoce para estímulos positivos, por vezes acompanhada por uma sensibilidade semelhante para estímulos negativos (22). Ainda a este propósito, há que referir um estudo muito interessante (39), que avaliou a dimensão das perturbações da personalidade em gémeos e encontrou efeitos de dominância genética para problemas de intimidade, labilidade efectiva e, especialmente, narcisismo, contribuindo para a compreensão da importância dos factores biogénicos na formação da personalidade.
Relativamente às influências do ambiente, é unânime que, na origem da PNP, está uma interacção disfuncional precoce entre esses indivíduos e a sua família. No entanto, há duas teorias quanto à natureza dessa disfunção. Assim, segundo alguns autores, haverá uma hipervalorização e permissividade por parte dos pais capazes de incutir traços narcisistas nas crianças. Como exemplo temos: os elogios incondicionais e excessivos; a falta de críticas; a associação constante entre os esforços e concretizações das crianças e o seu valor enquanto indivíduos; a tendência para os colocar num pedestal e lhes dizer que são especiais, louváveis e melhores que os outros; a falta de restrições e regras. De acordo com esta teoria, as crianças desenvolvem assim uma auto-imagem de grandiosidade, a convicção de que são merecedoras de tratamento privilegiado e tornam-se dependentes de uma contínua validação externa cf. Thomaes et al (22) e Otway et al (40). Outros autores acham que para o despoletar da PNP poderão contribuir a frieza, a indiferença, a desvalorização, expectativas demasiado elevadas, o autoritarismo e a falta de empatia e de apoio por parte dos pais. Por vezes, são retratados casos de pais psicologicamente
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controladores e que usam frequentemente comportamentos manipulativos como privação de afecto ou indução de sentimentos de culpa para conseguirem exercer a sua influência. Neste caso, as crianças criam uma auto-imagem de superioridade, narcisista, como meio de se protegerem da rejeição e da desvalorização e também se pensa que necessitem de atenção positiva dos outros de forma a compensar a falta de afecto por parte dos pais cf. Thomaes et al (22) e Otway et al (40). Os dados empíricos existentes parecem suportar ambas as teorias, o que significa que diferentes experiências de socialização podem conduzir ao desenvolvimento de um mesmo resultado (22).
É necessária a realização de muita investigação nesta área, nomeadamente de estudos focados na interacção entre os genes e o ambiente em indivíduos com PNP, tal como os existentes, por exemplo, para a perturbação anti-social.
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Co-morbilidades
As co-morbilidades, uma consideração importante na prática clínica, têm sido descritas em diversos estudos na forma de co-ocorrências significativas de abuso de substâncias, depressão endógena, doença bipolar tipo I, perturbações da ansiedade e outras perturbações da personalidade (13). Em qualquer dos casos, a capacidade de funcionamento geral dos doentes com PNP é frequentemente marginal quando comparado com a restante sociedade (comparável em muitos casos com os níveis observados em doentes com patologia crónica tal como a esquizofrenia) (41). Para além do referido, a PNP também causa grande sofrimento nas pessoas que se relacionam com o doente (41).
O custo desta perturbação para a sociedade pode ser substancial e vários estudos sugerem que as perturbações da personalidade em geral são uma causa de despesa, morbilidade e mortalidade subavaliadas. As perturbações da personalidade estão associadas a incapacidade, necessidade aumentada de cuidados médicos, tentativas de suicídio, comportamentos auto-destrutivos, agressão, atraso na recuperação de perturbações mentais do eixo I e doenças médicas, internamentos, desemprego, desagregação familiar, abuso e negligência de crianças, delinquência, pobreza, DSTs, subdiagnóstico e má adesão terapêutica em doenças médicas e psiquiátricas, problemas judiciais recidivantes e dependência social. Pensa-se que o custo social total que esta patologia representa é desproporcional à quantidade de atenção que lhe é dedicada quer a nível de consciência pública quer governamental, na educação médica ou mesmo na formação psiquiátrica. Não menos importante do que lidar com os custos sociais destas perturbações é o valor potencial inerente aos programas preventivos com o objectivo de aumentar a polivalência e elasticidade da personalidade dos indivíduos, melhorando as suas capacidades adaptativas (41).
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Diagnósticos Diferenciais
Outras perturbações da personalidade podem ser confundidas com a PNP por partilharem características comuns. É, por isso, importante distinguir estas perturbações com base nas diferenças das suas características típicas. Contudo, se uma pessoa apresentar características de personalidade que preencham critérios para uma ou mais Perturbações da Personalidade, para além da PNP, todas podem ser diagnosticadas.
A característica mais importante na discriminação da PNP das Perturbações Histriónicas, Anti-Social, e Borderline da Personalidade, cujos estilos interactivos são, respectivamente, sedutor, insensível e dependente, é a grandiosidade característica da PNP. A relativa estabilidade da auto-imagem, com melhor capacidade de adaptação social e laboral, uma maior tolerância relativamente à ansiedade, um maior controlo da impulsividade, assim como a ausência relativa de auto-destrutividade e de preocupações de abandono, distinguem a Perturbação Narcísica da Perturbação Borderline da Personalidade, cf. Akhtar et al (42). O orgulho arrogante nas suas realizações, a relativa ausência de manifestação emocional e a exploração dos outros, sem qualquer preocupação pela sua sensibilidade, ajudam a distinguir a Perturbação Narcísica da Perturbação Histriónica da Personalidade, cf. Akhtar et al (42). Em comum, as pessoas com Perturbação Borderline, Histriónica e Narcísica da Personalidade, têm o facto de necessitarem de atenção, especificamente do tipo admiração (2). Os indivíduos com Perturbação Anti-Social e Narcísica da Personalidade partilham a tendência para serem volúveis, superficiais, exploradores e não empáticos (2). Contudo, a PNP não inclui o desrespeito consistente e calculado pelas regras e padrões sociais, e os comportamentos marginais (abuso de substâncias, promiscuidade, manipulação e comportamento anti-social), quando presentes, são esporádicos, cf. Akhtar et al (42). Além disso, as pessoas com Perturbação Anti-Social da Personalidade não necessitam tanto da admiração e inveja dos outros (2) e as pessoas com PNP são capazes de ter sucesso laboral consistente, cf. Akhtar et al (42).
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Tanto na Perturbação Narcísica como na Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade, os indivíduos partilham a tendência para o perfeccionismo e acreditam que os outros não fazem as coisas tão bem. No entanto, há diferenças significativas entre as duas, cf. Akhtar et al (42): em contraste com a autocrítica sistemática e a procura da perfeição das pessoas com Perturbação Obsessivo-Compulsiva da Personalidade, as pessoas com PNP acreditam que atingiram essa perfeição e reclamam-na; as primeiras são modestas e não desvalorizam os outros, enquanto as segundas são arrogantes e desprezam os feitos alheios; as primeiras têm um padrão moral rígido, em contraste com as segundas cujo sistema de valores é corrompível.
Por sua vez, a desconfiança e o evitamento social habitualmente distinguem as pessoas com Perturbação Esquizotípica ou Paranóide da Personalidade daqueles com PNP. Quando estas qualidades estão presentes nas pessoas com PNP, são consequência primariamente do medo de verem reveladas falhas e imperfeições suas (2).
Finalmente, a grandiosidade pode emergir nos Episódios Maníacos ou Hipomaníacos mas a associação com alteração do humor, a história familiar positiva de doença bipolar (42) ou o défice funcional ajudam a distinguir estes episódios da PNP (2).
A PNP deve, também, ser distinguida dos sintomas que se podem desenvolver em associação com o uso crónico de substâncias (por exemplo, Perturbação associada à cocaína sem outra especificação) (2).
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Tratamento
Os doentes com PNP representam um grande desafio no que se refere ao tratamento. Usam os seus esquemas disfuncionais para tentar influenciar o terapeuta, colocando-o em situações desconfortáveis: muitos vêem-no como “inimigo” atacando-o furiosamente ou humilhando-o, noutros casos desprezam-no, por vezes desafiam-no, etc. Têm também um baixo insight, tendo dificuldade em reconhecer os seus problemas psicológicos, em perceber a causa das suas emoções e em reflectir sobre os seus próprios pensamentos e crenças, o que dificulta a criação de um diálogo fértil com o médico. Por outro lado, o tratamento destas pessoas comporta inevitavelmente sérios problemas de contra-transferência, por causa do seu desapego emocional e comportamento exigente e depreciativo face aos outros. Tudo isto dificulta o estabelecimento de uma boa relação médico-doente. Este problema é ainda maior se tivermos em conta que a terapia, neste caso, pode demorar vários anos. Deste modo, de forma a conseguir ser bem sucedido no tratamento da PNP, o terapeuta tem de ser experiente e fazer uso de todas as suas capacidades pessoais e técnicas, controlar as suas reacções e conter os seus próprios traços narcisistas, bem como manter uma atitude neutra e empática (1).
Na abordagem destes doentes utilizam-se dois principais tipos de psicoterapia, sendo a farmacoterapia também útil no tratamento de algumas co-morbilidades.
A psicoterapia deve, então, associar uma componente psicodinâmica a uma componente cognitiva. A primeira, considerada o tratamento mais eficaz da PNP, com resultados bastante satisfatórios, aborda o doente como alguém que vai repetir, nas suas acções e comportamentos com o terapeuta, aspectos inconscientes da sua personalidade, que não podem ser lembrados ou verbalizados. O terapeuta deve observar estes padrões inconscientes e mecanismos de defesa e utilizá-los para tentar perceber a forma como o indivíduo actua fora do ambiente terapêutico. Quando estes mecanismos surgem de forma suficientemente clara e previsível e há suficientes exemplos da sua existência, o terapeuta deve tentar, então, aperceber-se do modo como funcionam. O modelo psicodinâmico pode
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ser complementado, conforme já foi dito, pelo modelo cognitivo. Este visa ajudar o paciente a avaliar e modificar as suas crenças negativas rígidas e gerais acerca dele próprio, dos outros e dos seus mundos e desenvolver mecanismos de adaptação mais realistas (41).
Sintomas específicos como a raiva e a depressão parecem responder a anti-depressivos, tais como os inibidores da MAO e os inibidores selectivos da recaptação da serotonina, enquanto a instabilidade responde à terapia com anti-convulsivantes, tal como a carbamazepina, ou ao lítio (41).
Os dados existentes indicam que a combinação da psicoterapia e da medicação pode ser eficaz no tratamento da PNP. Estes métodos devem ser sempre considerados intervenções complementares e nunca alternativas (41).
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Conclusão
O campo da PNP está lentamente a transformar-se de um estadio de “especulação geral” e observações clínicas para análises mais empíricas de questões básicas como o conceito, os critérios, a etiopatogenia, a classificação, o tratamento e os seus resultados. Isto assume ainda uma maior importância se tivermos em conta que esta patologia, com implicações negativas para o indivíduo a longo prazo, para as pessoas com quem se relaciona e para a sociedade, através dos custos que acarreta, tem vindo a aumentar a sua prevalência.
Novos paradigmas de tratamento têm originado terapias mais dirigidas a problemas específicos desta perturbação, tal como a falta de auto-estima, as dificuldades na relação interpessoal, os mecanismos de defesa desenvolvidos e a agressividade, procurando melhorar os mecanismos de adaptação do doente. Apesar das dificuldades em tratar estes doentes, estudos recentes têm revelado que a sua eficácia é satisfatória na maioria dos casos, constituindo um importante estímulo.
O desafio para o futuro é o desenvolvimento de um sistema de classificação mais dinâmico e com maior utilidade clínica. É necessária uma maior pesquisa para encontrar modelos alternativos ou dar uma nova dimensão ao existente sistema categórico. Estudos longitudinais são também necessários para um melhor entendimento da interacção entre os genes e o ambiente. Deste modo, poderemos compreender melhor a sua etiopatogenia, o que conduzirá a uma actuação mais eficaz tanto ao nível da prevenção, como da abordagem e tratamento dos indivíduos com esta perturbação (pelo desenvolvimento de guidelines mais adequadas). Tudo isto será de grande importância na minimização do impacto negativo da PNP em todas as suas vertentes.
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